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A Puta Religiosa traz uma reflexão densa e arduamente profunda acerca da sociedade contemporânea — os seus extremos entre poder, fome e o fanatismo religioso roubando vidas, realidades e liberdades. Sebastiana — a protagonista do romance — é uma moça nordestina de origem social miserável que vê, na inércia religiosa, a esperança de uma vida digna em um paraíso eterno, tornando-se incapacitada de enxergar que “Os Deuses vendem quando dão” e que colocar o poder da escolha unicamente na mão do outro, sendo este divindade ou não, é a maneira mais covarde de abdicar da própria vida.
Com uma mãe alcoólatra, uma irmã caçoula dependente química, desde a sua pré-adolescência, e uma ausência paterna enorme, a protagonista desse romance esmagador procura no pentecostalismo a solução para ser nada mais que uma sobrevivente — em meio a todas as suas tragédias de vida e da falta dela. Entre roubos em boutiques caras e a carga de ser a filha exemplar, Sebastiana parte para a Cidade Maravilhosa destinada a prostituir-se. Assim, a menina vive uma vida dupla entre a Santa e a Puta, tornando-se a prostituta mais desejada da 65 — o puteiro de luxo, no qual trabalha. Prestes a casar-se com um senador — o seu cliente mais poderoso — Sebastiana vê-se duvidosa da sua capacidade de ser amada, tendo as palavras da mãe tatuadas na alma — “amar é ficar com alguém, mesmo sabendo que seria melhor ir embora”.