Toni Morrison uma vez disse: Se há um livro que gostavas de ler, mas que ainda não foi escrito, então tens de o escrever! Assim aqui está esta viagem no tempo por terras lusas! Pretende este romance retratar Portugal durante um período marcante, mas mal conhecido da sua história: a Primeira República. Ao seguir os percursos de vida de Joaquim e Guiomar, dois jovens que provêm de duas realidades portuguesas completamente distintas, embora coincidentes no tempo e no mesmo espaço luso, pretende- se que o leitor “sinta” a dualidade do país que éramos há um século atrás, que “viva” as suas desigualdades e carências abismais e que, intuindo o contraste com a sociedade muito mais igualitária, permissiva e evoluída que hoje somos, se aperceba do monumental progresso que fizemos! Pelo caminho vai-se questionando a natureza da identidade, tanto individual como nacional, assim como a do amor… vão-se expondo preconceitos, o trabalho infantil, o peso social do analfabetismo, a situação drástica da saúde nacional, a condição da mulher, assim como a do homem rural e do burguês urbano ou industrial emergente. Vai-se percebendo, ao longo da estória, como “forças maiores” intervêm, fazendo com que o individuo facilmente se torne “prisioneiro do seu tempo”, sendo que, longe de a dominar, é na realidade levado pela vida! Referem-se aqui lugares reais que existem e podem ser visitados, mitos e lendas do nordeste português, assim como pormenores culturais, históricos e legislativos bem documentados que contribuíram fortemente para formatar a mentalidade da época, muitos traços da qual, ainda nos influenciam hoje!